terça-feira, 30 de novembro de 2010

O estudo das representações e a visibilidade na sociedade

Hoje em dia é cada vez mais comum ouvirmos a expressão terceiro setor. Através da mídia, ela vem aos poucos, tomando proporção e visibilidade na sociedade. A denominação Terceiro Setor é utilizada para identificar as atividades da sociedade civil que não se enquadram na categoria das atividades estatais (Primeiro Setor, representado por entes da Administração Pública) ou das atividades de mercado (Segundo Setor, representado pelas empresas com finalidade lucrativa). No Brasil, o terceiro setor surge nas décadas de 70 e 80 como movimentos sociais que se opuseram ao regime militar da época. Naquele momento, eles reivindicavam os direitos sociais com manifestações de rua, dando abertura para o desenvolvimento desse setor. Atualmente, no Brasil, o terceiro setor está em expansão. Se destaca com cursos profissionalizantes para jovens, oficinas culturais, escolas de futebol infantil, entre outras, buscando atender à demanda da procura da comunidade por serviços sociais.
O IBRAC é um bom exemplo de instituição que procura atender a demanda da procura por serviços sociais.
O Instituto Brasileiro de Arte e Cultura - IBRAC é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos que atende pessoas de baixa renda, disponibilizando atividades como cultura, saúde, lazer, esporte e atendimento psicológico, proporcionando o bem-estar e o acesso à informação. O IBRAC prioriza a construção social, ou seja, prepara o indivíduo para sua realização pessoal e profissional a partir das atividades ministradas, promovendo o inter-relacionamento entre os participantes e o estímulo à cidadania.
O IBRAC atende pessoas nas suas mais diversas atividades como cultura, saúde, lazer, esporte, além de ajuda psicológica; proporcionando para a comunidade do bairro o bem-estar e o acesso à informação.
Apesar de conquistar um espaço cada vez maior na sociedade brasileira, o amadorismo que algumas pequenas ONGs possuem, acabam passando uma imagem de pobreza e miséria, impossibilitando, muitas vezes, o relacionamento com os demais setores. Há falta de informação e conhecimento por parte dos diretores de ONGs dificultando a comunicação e a captação de recursos, tornando a ONG incapaz de exercer suas atividades de maneira adequada por causa da falta de preparo para lidar com as funções[1]. Esses dois fatores, aliados à falta de verba e recursos para investir, impede que vários trabalhos sejam realizados pelas ONG’s, evitando que tenham a devida visibilidade na comunidade onde está localizado e fora dela[2], pois as mesmas precisam custear material didático para oficinas, recursos humanos e despesas para o seu funcionamento. Essa visibilidade é necessária para manter um trabalho contínuo e sustentável através da captação de recursos.
Nosso projeto objetiva a construção de um vídeo institucional utilizando como referência teórica os conceitos da semiótica Peirceana, a partir dos trabalhos de Lúcia Santaella e Júlio Pinto, e da comunicação no que diz respeito à sua relevância, abordada por José Luiz Braga. A produção do vídeo pretende colaborar para melhorar a imagem do terceiro setor, mais especificamente a divulgação dos trabalhos realizados na instituição IBRAC, mostrando como são importantes para a sociedade e contribuindo para que consiga captar recursos.
Segundo José Luiz Braga (2001, p.15), o objeto da comunicação está nas trocas simbólicas e práticas interativas existentes nas mais diversas situações da vida social. No contexto em que estamos inseridos, dependemos um do outro e por isso precisamos nos compreender e ao meio em que vivemos. A comunicação faz esse elo entre os indivíduos e a sociedade. “Percebe-se em todos os campos do conhecimento humano e social uma crescente conscientização de que seus processos comunicacionais devem ser estudados” . (BRAGA, 2001, p.12.)
Para desenvolver suas atividades, as Organizações sem fins lucrativos dependem de vários parceiros e de pessoas engajadas em causas sociais. Essa conversação entre ONG e sociedade “constitui uma espécie de mediação cotidiana do conjunto das relações pessoais, da difusão das idéias e da formação das condutas que têm lugar na sociedade”. (BRAGA, 2001, p.16). É justamente nessa conversação que se insere nosso trabalho, na medida em que queremos melhorar, facilitar esse diálogo.
Este projeto experimental é relevante para nos porque nos permite aprender a lidar melhor com ações ligadas ao terceiro setor através do Instituo Brasileiro de Arte e Cultura - IBRAC, e é uma oportunidade para aplicar a nossa experiência adquirida ao longo do curso, colocada em prática através do vídeo institucional, além de poder prestar um serviço ao IBRAC.
Este projeto também tem importância para a comunidade acadêmica porque mostra um novo campo de construção das representações, proporcionando visibilidade ao terceiro setor por meio do IBRAC, apresentadas neste projeto ao campo acadêmico.
Este projeto foi desenvolvido em três fases: conceituação, análise e aplicação dos conceitos na produção de um vídeo. No primeiro capítulo apresentamos os conceitos teóricos operadores que orientaram nosso trabalho:  a linguagem audiovisual, a semiótica, o terceiro setor e o vídeo institucional. No segundo capítulo apresentamos como o projeto e a produção do vídeo foram desenvolvidos e as análises dos vídeos de referência do trabalho, enfatizando os conceitos que julgamos mais relevantes do trabalho de Conrado Almada. No terceiro capítulo anexamos toda a parte de pesquisa e a análise dos vídeos. No último capítulo apresentamos a conclusão.


[1] RIFKIN apud VELOSO (2001, p.8)
[2] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS apud VELOSO (2001,p.15)

Um comentário:

  1. Bom dia. A disseminação da importância da capacitação dos profissionais que atuam no Terceiro Setor é de fundamental importância. Parabéns!

    Quando puder visite http://painelgestaorganizacional.blogspot.com

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